Conversamos com exclusividade com a banda SIDE, destaque emergente da cena rock alternativo brasileira, para saber detalhes sobre seu novo single “Paradeiro” – que a Marã Música lança em todas as plataformas digitais nesta sexta-feira (19). Nesta conversa, os membros da banda discutem a profundidade emocional que a faixa aborda, explorando o tema do controle emocional em relacionamentos amorosos. Jonas Demorê, voz e guitarra, explica como a ideia surgiu das dinâmicas observadas em sua vida pessoal e em relacionamentos ao seu redor. A banda espera que seus fãs interpretem a canção de maneiras que ressoem com suas próprias experiências, destacando a arte como um veículo para diversas interpretações.
Além disso, SIDE compartilha insights sobre a produção de “Paradeiro”, que contou com a colaboração de Gustavo Bertoni da banda Scalene. A influência de Bertoni foi crucial para a estrutura, timbres e cadência da faixa, resultando em uma obra mais robusta e detalhada. A letra da música, inspirada pela estética dos filmes de Richard Kelly, especialmente “Donnie Darko”, adiciona uma camada de complexidade e intensidade emocional à canção. A banda também revela detalhes sobre o videoclipe de “Paradeiro”, dirigido por Oli, destacando o processo criativo e a dedicação envolvida na produção, que promete oferecer uma experiência visual complementando a sonoridade e a mensagem da música.
Confira!
Fotos: Olli
“Paradeiro” explora o tema da aceitação do controle emocional de outra pessoa. Como surgiu essa ideia e como vocês acham que ela ressoará com seus fãs?
A questão toda veio ao perceber essa dinâmica não só em uma experiência pessoal específica, mas em vários relacionamentos a nossa volta. O poder que se da para outra pessoa quando se inicia um relacionamento amoroso sério é brutal, e sempre pareceu meio “absurdo” dar tanto poder a uma única pessoa assim, porém o maior absurdo de fato seria escolher deliberadamente não ter essa experiência (amar e se entregar) que certamente é uma das coisas que mais inspira e move a vida.
Esperamos que as pessoas captem o que fizer sentido, e interpretem toda essa temática da sua maneira, arte no final das contas depois que sai de dentro e vai pro mundo, se transmuta e toma outras formas.
A produção de “Paradeiro” envolveu várias etapas e colaborações, incluindo Gustavo Bertoni da Scalene. Como foi essa experiência e de que maneira ele influenciou o resultado final da faixa?
A influência do Gustavo Bertoni nessa faixa foi brutal, ele adicionou ideias de estrutura, timbres e cadência desde a primeira pré que enviamos a ele, e como naturalmente a música que já tinha uma certa rítmica, harmonia e melodia que casaram com o que ele apresentou, as suas ideias só se fortaleceram e cresceram na canção. Isso sem falar da condução dele na hora da gravação oficial dos instrumentos (bateria, guitarra, baixo) que foi muito minuciosa, sempre bem atento nos detalhes do que tava rolando, e também nos vocais, coisa que certamente foi muito abrilhantada com as ideias que propôs.
Capa do single “Paradeiro”, que será lançado em 19 de julho
Vocês mencionaram que a letra de “Paradeiro” foi influenciada pela estética dos filmes de Richard Kelly, especialmente “Donnie Darko”. Poderiam nos contar mais sobre essa conexão e como ela moldou a composição da música?
Na época que escrevi essa letra (Jonas) eu estava absolutamente viciado em Donnie Darko, já tinha assistido o filme mais de 50 vezes facilmente com o passar do tempo, muito apegado nos detalhes e em todo o universo que o filme propõe. Cheguei a entrar em vários debates em forums na internet sobre o que o filme simbolizava, e sempre achei muito mágico como um filme pode ter toda essa teoria sobre viagens no tempo e etc, e mesmo assim ser gostoso e cativante de assistir pra quem não estiver muito interessado em analisar profundamente o que está acontecendo. A temática da letra em si tem pitadas de influências do filme, principalmente nas partes onde o eu-lírico aborda o que está passando com certa “dor e confusão” que é algo constante em Donnie Darko. Mas as influências foram além, existem diversos Synths nessa canção feitos pelo Gustavo Branco, que remetem muito aos que estão presentes na trilha sonora do filme, sempre com a intensão de somar a essa sensação de que algo está errado, há sempre uma tensão no ar.
O videoclipe de “Paradeiro” será lançado simultaneamente ao single e vocês destacaram que é o mais trabalhado que já fizeram. O que os fãs podem esperar desse videoclipe e como foi o processo criativo e de produção com o diretor Oli?
Todos os nossos outros clipes foram dirigidos pela Oli, mas nesse especificamente demos mais “matéria prima” pra ela trabalhar e também fizemos com mais calma e planejamento. Fizemos juntos um roteiro, montamos uma equipe com um total de 10 pessoas (mais uma doguinha, risos) alugamos bons equipamentos, fechamos locações, e tudo rolou super bem apesar de terem sido duas diárias super intensas. Certamente a pessoa que mais “sofreu” junto com Oli e Stefanie (diretora de arte) foi a Rebeca (atriz) sendo ela a personagem principal do clipe, que entregou muito na atuação engrandecendo muito a canção. Não é nenhum exagero dizer que pra quem só ouvir a música, vai estar perdendo uma baita parte da experiência com esse projeto, aqui realmente uma arte complementou a outra.