O projeto musical de Blake Coddington, mais conhecido como Letdown., é um reflexo cru e emocional de sua jornada pessoal. Direto de Chicago, o cantor e compositor acaba de lançar seu segundo álbum, Be OK, onde mescla sua voz potente com letras que exploram as complexidades da saúde mental. Inicialmente uma válvula de escape durante os tempos turbulentos da pandemia, a música de Blake evoluiu de um hobby sem grandes perspectivas para um fenômeno digital, encontrando ressonância profunda em ouvintes que se identificam com suas experiências.
Em Be OK, Letdown. transforma conflitos internos e dores emocionais em hinos de empatia e resiliência. A faixa-título, em parceria com a cantora canadense LØLØ, fala sobre o desejo universal de estar bem mesmo em meio ao caos. Já o sucesso “Go To Hell” toca na linha tênue entre o amor e a frustração, consolidando a habilidade de Blake de traduzir emoções cruas em música catártica.
Nesta entrevista exclusiva para a Energy Mag, exploramos mais sobre o processo criativo, a jornada emocional e a forma como Letdown. continua a transformar vulnerabilidade em conexão genuína. Confira!
O que o motivou a criar o álbum Be OK? Como o projeto evoluiu desde o seu início, quando era um escape durante a pandemia?
Acho que evoluiu para algo mais… Bem, obviamente agora parece um negócio e um projeto. Antes era muito pessoal. Ainda é pessoal, mas agora sinto que devo algo às pessoas, já que existem fãs envolvidos e tal. Não é mais só eu dançando com a música. E acho que a própria música amadureceu e evoluiu para temas que são mais atuais na minha vida hoje em dia, se isso faz sentido.
Você frequentemente aborda temas profundos e pessoais, como saúde mental, em suas músicas. Como foi o processo de transformar esses sentimentos em arte?
Não há muito um processo. É simplesmente sobre o que eu canto, o que eu escrevo. Nunca sentei para fazer música pensando em como estou fazendo. Simplesmente acontece naturalmente, se isso faz sentido. Os temas pessoais são apenas… é assim que eu sempre escrevi. Não vejo isso mudando tão cedo.
Como foi o processo de composição e gravação do álbum Be OK? Houve alguma faixa que foi particularmente desafiadora de criar?
Acho que Deja Vu foi desafiadora de criar. Fiz cerca de cinco ou seis versões diferentes dessa música até chegar à que entrou no álbum. E quanto ao álbum em si, foi mais uma compilação. Não me sentei para escrever o álbum inteiro de uma vez. Foram várias músicas diferentes que foram surgindo ao longo dos últimos anos. Mas, no geral, o processo — ou pelo menos a experiência inteira — foi ótima. Pude escrever muitas músicas com vários amigos incríveis. Então, estou feliz.
A faixa-título do álbum carrega uma mensagem poderosa sobre tentar ficar bem. Como surgiu a ideia de incluir a LØLØ nessa colaboração?
Eu era fã da música dela e, sabe, estamos em lugares semelhantes na indústria musical, pelo menos em nossas carreiras. Então fazia sentido encontrar uma artista de tamanho semelhante para fazer isso junto. E a voz dela se encaixou perfeitamente na música. Assim que ela participou, senti que a música estava finalmente pronta.
“Go To Hell” é uma das faixas mais populares do álbum. Por que você acha que ela ressoou tão fortemente com o público?
Porque é muito específica, acho que… é uma música muito direta. Ela não te conta uma história. Ela te diz exatamente o que aconteceu nessa situação exata. Acho que é algo pelo qual muitas pessoas já passaram. Além disso, o tema da música — de que, apesar de todas as coisas ruins sobre alguém, eu ainda faria qualquer coisa por essa pessoa — é algo que sentimos. Acho que todos têm algo assim na vida.
Como você definiria este novo álbum?
Eu diria que é esperançoso, triste e acho que também tem uma certa energia.
Gostaria de deixar uma mensagem para seus fãs brasileiros?
Com certeza. A mensagem é simples: quero tocar no Brasil. Continuem ouvindo minha música. Obrigado. Tenho uma base de fãs grande no Brasil agora, e quero voltar. A vida não é tão ruim, então vamos juntos.