O power-trio jundiaiense Overdrive Luna, que está na nova capa digital da Energy Mag, apresenta seu primeiro álbum, “BLISS”, em todas as plataformas digitais pela Marã Música. A obra, que chega em 31 de outubro, é um mergulho profundo nas sombras da mente humana, unindo grunge, horror cósmico e uma estética onírica que desafia o ouvinte a criar suas próprias interpretações.
“BLISS” é apresentado pela banda como uma história de terror surrealista dividida em três atos — um mergulho por emoções desconhecidas, uma viagem por memórias inauditas e sinestesia. O disco traduz o espírito inquieto e experimental do grupo, unindo o peso característico de seu instrumental a harmonias vocais densas e atmosferas que transitam entre o prazer e o desespero. Mantendo seu DNA até o fim, o trabalho se destaca pelos ritmos inusitados e arranjos que surpreendem a cada estrofe.
Apesar de ser um álbum conceitual, “BLISS” convida o público a explorar suas próprias leituras. Segundo eles, as músicas funcionam como pequenas histórias independentes, relatos de surrealismo no mundo dos sonhos. Cada um pode abordar essa narrativa da forma que quiser, e é exatamente isso que queremos provocar..
A capa do álbum mantém a coerência visual da temporada, em preto, branco e amarelo. A ilustração é de Guilherme Gaspar, enquanto o lettering foi assinado por Sylvia Ribeiro. A arte mostra uma personagem que flutua sobre um lago diante de uma estrutura colossal, transmitindo ao mesmo tempo alívio e insignificância diante do extraordinário.

O processo de composição começou no fim de 2020 e se estendeu até 2022. O que antes era para ser um EP acústico, tomou proporções muito maiores e se transformou em um álbum conceitual, com músicas de transição, roteiros e gravações de curtas-metragens. A produção musical é de Eric Zambonini, com mixagem e masterização de André ‘Kbelo’ Sangiacomo e Juninho Costa.
A escolha da data de lançamento não é coincidência. “31 de outubro é simbólico para o terror, filmes, jogos e livros marcantes nascem nesse período. Como nos tornamos um expoente do terror na música, fazia sentido lançar em uma sexta de Halloween. Além disso, essa data é um timer para a continuação do projeto: em um ano, lançaremos a adaptação cinematográfica de ‘BLISS’.”
Confira a entrevista:
“BLISS” é descrito como uma história de terror surrealista dividida em três atos. Como foi o processo de construir essa narrativa musical, de transformar emoções e imagens tão intensas em som e estrutura de álbum?
Tudo aconteceu de uma forma muito orgânica, na verdade. Durante todo esse processo nos preocupamos em colocar as músicas em um mesmo universo, para que BLISS pudesse ser algo surreal, dentro desse “mundo dos sonhos”, mas ao mesmo tempo algo com que o público pudesse se identificar no seu cotidiano. No fim do dia, todos possuímos algo em comum: todo mundo vai dormir, debruçando-se em seus sonhos ou pesadelos, todos nós acessamos esse mesmo lugar de formas diferentes.
O disco traz referências ao grunge dos anos 90, mas também ao horror cósmico e ao onírico. De que forma essas influências se cruzam na identidade sonora da Overdrive Luna?
Toda a temática do álbum “flerta” com o estilo do som, sendo a melancolia dos anos 90 um dos elementos principais que buscamos dar destaque neste trabalho.
Somos muito fãs dessa era grunge e do metal alternativo que marcou esse período musical e porque não trazer de volta essa sonoridade tão adorada pelo público? Já que sempre foi, para nós, uma grande influência na forma de compor música e expressa-las em nossos shows.

A capa de “BLISS” transmite uma sensação ambígua entre leveza e destruição. Como foi trabalhar com os artistas visuais Guilherme Gaspar e Sylvia Ribeiro para traduzir essa atmosfera visualmente?
Já adiantamos que para nós foi um grande prazer trabalhar com uma equipe tão talentosa como essa.
A escolha do Gui Gaspar para o trabalho de ilustração das capas foi, na verdade, uma oportunidade que estávamos aguardando, pois sempre quisemos trabalhar com ele. Quanto ao lettering do nome do álbum, feito pela Sylvia, foi algo necessário para encaixar com o aspecto visual da ilustração, e não poderíamos ter escolhido alguém mais competente para o trabalho.
Embora tenhamos limitado certos aspectos para poder estruturar toda a temática e estética visual do album, como por exemplo a paleta de cores em tons de branco, preto e amarelo, e elementos que estão presentes nesse pequeno universo, como as baleias, as estrelas negras e outros, demos total liberdade criativa aos artistas, para que também pudessem colocar um pouco de sua característica nesse trabalho.
A banda menciona que o lançamento do álbum marca o início de uma adaptação cinematográfica de “BLISS”. O que podemos esperar dessa expansão audiovisual e como vocês imaginam que essa experiência vai dialogar com o conceito do disco?
Esse filme nos dá liberdade para contar uma história para além das músicas, algo que não coube apenas nas composições e capas. Pode-se dizer que é uma expansão dessa narrativa.
Ao longo dos singles dessa temporada lançamos uma pequena série de curtas-metragens no estilo terror “found footage” (Bruxa de Blair, Rec, Cloverfield, etc.), isso foi o primeiro passo para uma produção de maior escopo. O filme de BLISS já está em produção desde julho desse ano. Nos vemos daqui 365 dias, no próximo halloween.
Sobre a banda:
Formada em 2018 em Jundiaí (SP), a Overdrive Luna é composta por Bruno Picolo (baixo/voz), Zé Gui Marçura (guitarra/voz) e Lexxi Souza (bateria). Suas influências transitam entre Alice In Chains, Tool, Soundgarden e Muse, com letras que abordam o horror cósmico, o colapso e a desolação pós-apocalíptica. Em “BLISS”, a lua volta a ser testemunha silenciosa de um mundo em ruínas e, desta vez, ela observa o sonho que insiste em continuar.

