Fotos: Débora Rodrigues
A banda 10Ventura está pronta para lançar o seu aguardado álbum de estreia “Me Atraso Para Compromissos”, pela Marã Música. Após oito anos de trajetória, a banda finalmente realiza o sonho de lançar seu primeiro disco, com produção de Caio Weber, da banda Cefa. Em uma entrevista exclusiva à Energy Mag, os membros da 10Ventura compartilham os desafios e conquistas ao longo dessa jornada musical, além de detalhes sobre o processo criativo e a colaboração com Weber.
O álbum, que conta com oito faixas, representa uma síntese do amadurecimento musical da 10Ventura, combinando melodias cativantes, letras ácidas, refrões pulsantes e guitarras pesadas. “Cada faixa reflete diferentes fases da banda e das nossas vidas”, explicam os membros, ressaltando que o disco é uma verdadeira coletânea das experiências acumuladas desde 2015, atravessando a pandemia e culminando em canções criadas até dois meses antes da gravação. A escolha de Caio Weber como produtor foi decisiva para capturar a essência da banda e transformar essas vivências em um trabalho coeso e impactante.
Durante a entrevista, a 10Ventura revela que o título “Me Atraso Para Compromissos” surgiu de uma frase marcante de uma de suas canções, simbolizando a pressão por resultados e os inevitáveis atrasos e desafios enfrentados ao longo do caminho. A banda também reflete sobre o impacto da pandemia em seu trabalho e a transformação de suas composições, mostrando-se ansiosa para compartilhar o novo álbum com os fãs. “Estamos muito ansiosos para dividir esse trabalho com todos”, afirmam, destacando a conexão intensa que mantêm com seu público. Conheça mais sobre o trabalho da 10ventura lendo o nosso bate-papo com a banda!
Após 8 anos de trajetória, vocês estão finalmente lançando o aguardado álbum de estreia “Me Atraso Para Compromissos”. Como foi o processo de composição e produção deste álbum, especialmente durante a pandemia? Quais desafios vocês enfrentaram ao longo desse período?
Digamos que o disco começou a ser composto bem antes da pandemia, logo depois do nosso primeiro EP, Menção Honrosa. Após o lançamento, já começamos a pensar em músicas novas. Ouvíamos muitas músicas diferentes para maximizar nossa frequência de composições. Escutamos de tudo, desde Seu Jorge, passando por Korn, até Henrique e Juliano. Insuportavelmente ecléticos (risos). Durante a pandemia, decidimos dar uma atenção mais profissional para a 10ventura, mesmo com todas as dificuldades. Com bastante economia, conseguimos gravar De Qualquer Mulher e Óculos. Assim que as casas de shows e bares voltaram a funcionar, voltamos a tocar também. Viajamos para várias cidades perto da região onde moramos. Tocamos muitos, mas MUITOS, acústicos, sempre com a pegada de cover, porque é mais fácil de fechar shows. O que tocamos de Tempo Perdido e Primeiros Erros foi uma loucura hahaha. Digamos que o espaço para música autoral na região é quase nulo.
O título do álbum, “Me Atraso Para Compromissos”, é bastante curioso e impactante. Qual é a história por trás dessa escolha e como ela reflete a essência das letras e da jornada da banda?
Nossa ideia inicial era ter lançado esse disco há muito tempo, mas por falta de grana e de conhecimento, acabamos atrasando nossos planos hahahaha. O nome do álbum veio de uma das frases da letra da nossa canção Chá de Hortelã, onde descrevemos a pressão por conseguir resultados em todos os âmbitos da vida e como, muitas vezes, não conseguimos cumprir esses prazos por vários motivos. Isso nos faz sentir mal por essas falhas, mesmo sabendo que há coisas que fogem do nosso controle.
A produção do álbum contou com a participação de Caio Weber, da banda Cefa. Como foi trabalhar com ele e de que maneira sua influência contribuiu para o resultado final do disco?
Lembro quando o Pedro me mostrou a Cefa pela primeira vez. Foi surreal, pois eles tinham elementos pop e metalcore do jeito que eu gosto pra caramba. Passou um tempo e entramos em contato com o Caio pra fazer uma participação no nosso falecido podcast, o Vodka com Citrus. O episódio com ele foi incrível! Demos muitas risadas e as ideias se somaram bastante. No final do episódio, joguei um verde pra ele nos produzir e meio que ele topou hahaha. Fechamos a primeira música com ele, que foi Óculos, e com ela conseguimos um espaço numa playlist editorial do Spotify. Fomos a primeira banda da região a conseguir esse feito! Então decidimos chamar o Caio pra produzir nosso primeiro disco e, felizmente, ele topou. Trouxemos ele pra Ouro Fino, gravamos, e tivemos vários papos sobre a indústria. Ele virou um grande amigo nosso. Ele conseguiu tirar o nosso melhor tanto como artistas quanto como pessoas! Foi MUITO MASSA!
Vocês mencionaram que este álbum é uma síntese do amadurecimento da banda ao longo dos anos. Quais são as principais mudanças que vocês percebem na 10Ventura desde o início até agora, e como essas mudanças se refletem nas músicas e nas letras do novo álbum?
Primeiramente, a mudança de afinação (risos). Antes usávamos E Standard e agora estamos usando Drop C. A gente escrevia as músicas de uma forma meio vomitada, sem ligar muito pra estrutura. Hoje em dia, pensamos de uma forma mais produzida, evitando músicas muito longas ou com muitos solos hahahaha. Sobre as letras, no começo da banda, a gente procurava ser um pouco mais “pop”, visando um grande público. Isso nos frustrou bastante por um tempo, especialmente considerando o que ouvíamos na época, que era mais voltado para o metalcore. Hoje entendemos o que realmente gostamos e como isso pode se refletir artisticamente nas nossas composições. Começamos a banda em 2016 e acredito que essas mudanças e maturidade são bem-vindas, pois nossas letras refletem o que estamos vivendo no momento em que a canção é composta. Confesso que fico curioso sobre como serão nossos próximos álbuns. Se iremos ter influências de artistas que jamais imaginaríamos ou se vamos continuar nessa pegada atual. Mas deixemos isso para a 10ventura do futuro se preocupar.