Sun. Dec 22nd, 2024

Estampando a nossa nova capa digital, a banda Meu Funeral se prepara para estrear nesta sexta-feira (09), seu mais novo single de trabalho. Em parceria com o renomado DJ Chernobyl, eles divulgam “Ele Não Vai Voltar”, faixa lançada pela Marã Música e que estará disponível em todos os aplicativos de música.

A canção é uma celebração divertida da passagem do tempo, um elemento inevitável da aventura humana na Terra. Além disso, “Ele Não Vai Voltar” é um tributo ao grande amigo e produtor Davi Pacote. Gravada no estúdio Hill Valley em Porto Alegre, a música e o clipe prestam homenagem a este espaço mágico que tanto significa para a banda.

A sonoridade desta faixa marca um novo passo no caminho do que a banda chama de “PUNK ROCK CURIOSO”, com influências e experimentações de outros gêneros.

Para entender mais detalhes desde novo trabalho, confira uma entrevista exclusiva para a Energy Mag com os artistas:

“Ele Não Vai Voltar” celebra a passagem do tempo de uma maneira divertida. Como surgiu a inspiração para abordar esse tema de forma tão leve e positiva, e o que vocês esperam que os ouvintes tirem dessa canção?

LUQUITA (vocal, letras): A nostalgia (ou a crítica a ela) é um tema bem recorrente em conversas com amigos, daí a inspiração. Esse lance de “no meu tempo era melhor” costuma ser um papo de pessoas que, a meu ver, não lidam bem com o passar do tempo. A nostalgia costuma ser um lugar muito confortável e acho que a nossa memória se apega à sensação boa de estar vivendo várias coisas novas em uma fase da vida em que tudo é novo e encantador. Conforme vamos envelhecendo, o novo começa a tomar o lugar de algo assustador, e tendemos a ficar presos ao passado, ouvindo as mesmas músicas. Essa letra é basicamente um convite para que as pessoas busquem o novo, porque sempre vai ter coisa nova muito foda rolando, ao mesmo tempo que o passado não vai voltar. É muito legal ouvir Led Zeppelin de vez em quando, mas nesses mais de 50 anos já rolaram muitas coisas melhores que o quarteto britânico, só que muita gente não reparou porque tava presa naquele dedilhado insuportável de Starway To Heaven.

Vocês mencionaram que a colaboração com o DJ Chernobyl levou a canção para outro patamar. Como foi trabalhar com ele e de que maneira ele influenciou a sonoridade final de “Ele Não Vai Voltar”?

PEPE (guitarra): Já tínhamos o vislumbre de um resultado bacana pela versão remix da nossa música  “Meu Funeral”, que fizemos com a Comunidade Nin-Jitsu. Dessa vez partimos de uma composição do zero, nos reunimos em estúdio e vimos a mágica do cara sendo feita ao vivo. Já experimentamos sonoridades diferentes antes, mas é maravilhoso quando imaginamos algo e o resultado é ainda melhor. Levou a música pra um outro lugar, e ainda assim, um lugar muito nosso. Coisas de mago mesmo.

O videoclipe de “Ele Não Vai Voltar” foi gravado de forma caseira no Hill Valley Studio. Poderiam nos contar mais sobre a experiência de filmar o clipe durante um dia de descanso na turnê e como essa atmosfera única do estúdio se refletiu no resultado final?

DAN (baixo): a história é bem pessoal. Nós não tínhamos nenhuma ideia de gravar, e eu confesso que estava bem cansado da estrada e puto da vida por outros motivos pessoais, nada a ver com a banda. Mas eu não me dou por vencido e lembro de ter o insight “é, hora de ser profissional, respirar fundo e bora registrar isso porque a oportunidade é muito boa”. Daí chega o Fredi com aquela explosão de energia, sua gargalhada fácil, eu começo a me animar e isso tudo acabou sendo uma boa terapia. Mas documentei e esqueci completamente disso.

Seis meses depois, agora na montagem do kit para o lançamento, eu converso com o Luquita: “po, temos q ter um clipe para esse lançamento”. Ele concorda e sugere algo na pegada da letra, atmosfera meio retrô. Eu procuro na nuvem com uma leve lembrança de que tinha filmado alguma coisa, achando que seria um ponto de partida. Ao conferir tudo, vimos que não só tinha material de sobra, mas como tínhamos em mãos uma bela captura da atmosfera mágica de alegria e amizade. Aí nasce a ideia de fazer este justo tributo ao Hill Valley do Davi Pacote lá em Porto Alegre. Foi só encaixar tudo, finalizar com carinha VHS e correr pro abraço.

A banda Meu Funeral é conhecida por suas críticas sociais ácidas e pertinentes. Como vocês equilibram essas mensagens fortes com influências de punk, hardcore e pop radiofônico, e quais são as principais inspirações por trás das suas letras?

TENT (bateria): se engajar no que nos rodeia enquanto sociedade faz parte do que se espera de todos hoje em dia. Essas críticas sociais das músicas nunca foram um objetivo estético da banda por si só, elas são um dos assuntos que abordamos na música e também na vida. O movimento punk/HC, o uma das nossas maiores influências musicais, sempre buscou se posicionar politicamente, faz parte do movimento artístico.

Uma outra é, como você disse, o pop. Cada vez mais estamos incorporando esse estilo, mas também sem ter a pretensão de nos colocá-lo como um objetivo final. Acho que como a gente soa e o que a gente diz está muito ligado ao que a gente lê, escuta, vê e vive.

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