O cantor Bruno Schneider estampa a nossa nova capa digital para contar sobre seu novo single “Seguir em Paz”, em uma entrevista exclusiva. A faixa, que estará disponível em todos os aplicativos de música a partir de 23 de agosto pela Marã Música, é a quarta do álbum “Dias Que Terminam Em Sol” e aborda a ideia de que somente o tempo pode trazer clareza sobre problemas não resolvidos.
A sonoridade da faixa segue a estética lo-fi presente em todo o álbum, com um beat e uma linha de baixo que sustentam o som. E ele conta um pouco sobre isso e muitos mais detalhes do lançamento nesta entrevista. Confira:
“Seguir em Paz” é descrita como uma faixa que aborda a clareza que só o tempo pode trazer sobre problemas não resolvidos. Como surgiu essa composição?
Essa é uma ideia recorrente nas minhas composições mas ainda não havia uma faixa dedicada somente a ela. Eu gosto muito de explorar histórias com personagens instáveis, em que a gente não pode confiar porque numa camada superficial o verso diz uma coisa mas a interpretação do som ou até mesmo um acorde bem colocado pode dizer outra. No meu primeiro álbum, O Almirante Intergaláctico, algumas faixas como Túnel ou Capacete Anônimo tinham esse elemento e em Seguir Em Paz eu quis trazer isso de volta só que de forma um pouco mais evidente. Depois de lançar a música eu vou saber se ficou tão evidente quanto eu gostaria.
O personagem de “Seguir em Paz” parece estar em um constante diálogo interno, oscilando entre confiança e vulnerabilidade. Esse personagem teve uma inspiração específica?
Diferente de outras faixas do álbum, Seguir Em Paz não foi inspirada em uma pessoa em específico. 90% das músicas que eu escrevo não são sobre mim, na verdade são tentativas de entender o que os outros estavam passando em determinadas situações. No caso dessa faixa, ninguém precisa pensar muito para lembrar de alguém que quanto mais demonstra confiança, mais vulnerável fica. Se você conseguiu pensar em alguém assim, eu diria que em algum momento a confiança dessa pessoa vai ser legítima porque o tempo já terá feito seu trabalho.
Como você espera que o público receba esse novo single?
Considerando todas as músicas que eu já escrevi, Seguir Em Paz deve ser a mais “acessível” de todas. Isso porque, além de ter uma pegada hipnótica gerada pela guitarra repetitiva e o beat, a letra vai muito direto ao ponto. Nessa simplicidade ela vai acabar ganhando o ouvido de muitos mas sem abandonar aqueles que buscam algo mais – a ponte da música está aí para isso.
A sonoridade lo-fi é marcante em “Dias Que Terminam Em Sol” e claro, no novo single. O que o levou a escolher esse estilo para o álbum e sua carreira?
Quando começo a escrever uma música sem pensar muito, ela naturalmente vai sair como uma música de rock parecida com as faixas do meu primeiro disco. Isso porque é o estilo musical ao qual eu já dediquei muitos anos de vida. Em conversa com um produtor famoso em 2020, ele disse algo como “suas letras são muito boas, mas ninguém mais quer ouvir essa levada de rock dos anos 80. Eu nunca fiz música com a intenção de atingir todas as pessoas mas, levando aquele feedback em consideração, decidi tentar fazer algo que estivesse mais contextualizado nos dias atuais.
A parte difícil era encontrar alguma tendência musical que realmente me interessasse. Como desenvolvedor de software, boa parte do meu dia se resume a escrever código ao som versões lo-fi de todo tipo de som, seja trilha sonora de filmes ou jogos da Nintendo. Por isso, se fosse pra investir em algo mais moderno, que seja no lo-fi.