Tue. Dec 23rd, 2025

Estreando na capa digital da Energy Mag, o Nascente Musical se consolida, em sua primeira edição, como um dos projetos mais relevantes da cena autoral do interior paulista. Idealizado por Caio Furtacor e Raquel Odara e lançado pela Marã Música, o programa nasce com a proposta de acompanhar artistas emergentes de Americana (SP) em todas as etapas do ciclo criativo, da composição ao lançamento profissional nas plataformas digitais e à experiência do palco. Com uma atuação pioneira, o projeto articula formação, produção musical, mentorias e políticas públicas de cultura, fortalecendo a música independente a partir do território.

O lançamento das quatro faixas inéditas, assinadas por Benê, POETRASTE, Pedro Henri e Paulo, o Arapuã, materializa esse processo coletivo e cuidadoso. Cada música carrega uma identidade própria, atravessada por histórias pessoais, estéticas distintas e narrativas profundas, mas todas conectadas pelo mesmo rigor artístico e pelo acompanhamento próximo de uma equipe de produtores, músicos e mentores. O resultado são obras que refletem não apenas o talento dos artistas selecionados, mas também o impacto direto de um processo de criação amparado, profissional e colaborativo.

Benê, POETRASTE, Pedro Henri e Paulo, o Arapuã

Para além do estúdio e do palco, o Nascente Musical amplia seu alcance ao promover oficinas gratuitas e abertas ao público, com temas como composição, produção musical, expressão vocal e direitos autorais. Contemplado pela Política Nacional Aldir Blanc, o projeto entende a cultura como um exercício de cidadania e faz do uso de recursos públicos uma ferramenta de democratização do acesso à informação, compartilhamento de conhecimento e fortalecimento da cadeia produtiva da música local.

Em entrevista exclusiva, Caio Furtacor e Raquel Odara refletem sobre os momentos em que perceberam que o Nascente Musical havia cumprido seu propósito já nesta primeira edição, compartilham a emoção de ouvir as músicas prontas e comentam os desafios de equilibrar identidades artísticas tão distintas dentro de um mesmo processo coletivo.

Os idealizadores também projetam os próximos passos da iniciativa, que mira continuidade, expansão e a criação de novas estruturas de apoio para artistas independentes, reafirmando o Nascente como um projeto que não apenas lança músicas, mas inaugura trajetórias. Confira o bate-papo completo:

O Nascente Musical acompanha o artista do começo ao fim do processo criativo. Em que momento vocês sentiram que o projeto realmente tinha cumprido seu propósito nessa primeira edição?

Confesso que quando eu recebi as primeiras mixagens das músicas eu chorei. Eu precisava analisar tecnicamente a música para responder o Lucas do Estúdio Pináculo mas, eu precisei esperar um pouco e digerir a situação para conseguir ouvir e dar o parecer. As músicas me encantaram muito e eu me vi ali, eu sei muito sobre a dificuldade de gravar, do que esperar do produtor, de toda ansiedade pra ouvir sua obra nascendo e toda dificuldade de gravar e lançar um artista, por isso eu fiz meu melhor trabalho, com todo meu coração, tendo sempre como principal objetivo tentar fazer a música chegar no lugar certo.

Cada um dos artistas selecionados trouxe uma narrativa muito própria, tanto musical quanto pessoal. Como foi, para vocês, equilibrar essas identidades individuais dentro de um mesmo projeto coletivo?

As músicas foram divididas em 4 produtores musicais (Caio Furtacor, Raquel Odara, Guilherme Mauad e Gustavo Gomes), e meio que trabalhamos juntos, claro que cada um sendo o cabeça de uma música diferente. Acho que teve muito o lance de identificação dos estilos, produtores e artistas. E sim, são personalidades completamente diferentes mas que formaram um time maravilhoso para trabalhar. Os artistas também tiveram muita confiança no processo, o que ajudou bastante pra chegar num bom resultado.

Além do lançamento das músicas, o Nascente Musical envolve formação, oficinas e políticas públicas de cultura. Por que era importante que o projeto fosse além do estúdio e do palco?

Acredito que usar dinheiro público, num espaço público, para ensinar e trocar experiências com artistas sobre todo processo de lançamento de um projeto artístico, é o máximo de um exercício à democracia. É dar oportunidade pra que a cidade se manifeste e mostre quem fala por ela. Existe um processo, tanto pessoal, como burocrático para uma obra nascer, nossa missão foi mostrar um pouco desse caminho para facilitar esse processo.

Depois do impacto dessa primeira edição em Americana, como vocês enxergam o futuro do Nascente Musical e o papel dele no fortalecimento da cena autoral do interior paulista?

Ainda estamos finalizando essa edição e começando a pensar em novas etapas. Já fizemos a inscrição em outros editais, mas sabemos que não dá pra contar apenas com isso. Estamos nos planejando para oferecer alguns cursos e também de ter um espaço físico para dar assessorias e ajudar artistas para fazer esse processo de construção musical. Está para nascer mais coisa, disso temos certeza. Agora precisamos desenvolver e nos concretizar.

Ouça agora os novos singles:

Benê – Lua

POETRASTE – Lua Teimosa

Pedro Henri – Se o Mundo Acabasse Hoje

Pedro, O Arapuã – RO (MEU)

Veja também