Entrevistar a banda MIM para a revista Energy Mag é um privilégio que nos permite explorar a essência criativa e emocional que permeia seu trabalho musical. Com o lançamento do single “Despierta” nesta sexta-feira (05/07), pela Marã Música, a banda revela uma faceta profundamente pessoal e vulnerável, resultante das experiências de vida de seus integrantes. Mudar de país, despedidas frequentes e amores impossíveis são temas que emergem de maneira quase visceral nas letras e melodias de suas canções. Esse contexto proporciona uma profundidade única ao som da banda, refletindo histórias de vida reais e fictícias que se entrelaçam em um processo de composição orgânico e sincero.
Além de nos contar tudo sobre o novo trabalho neste bate-papo exclusivo, Madame Mim (vocalista da banda) falou sobre a preparação para a turnê na Argentina. Com sete shows planejados, MIM está pronta para levar ao público uma experiência musical rica e diversificada, incorporando covers de músicas que moldaram suas influências e uma surpresa especial para os fãs.
À medida que MIM reflete sobre sua evolução desde o início, é evidente que cada álbum e colaboração internacional contribui para uma árvore musical vibrante e ramificada, culminando em um som que combina pop rock melódico com a atitude punk distintiva da banda. Para quem ainda não conhece e para quem já é fã de MIM, a conversa abaixo está imperdível.
Capa do single “Despierta”, que será lançado em 05 de julho
“Despierta” parece ser uma faixa extremamente emocional e pessoal. Pode nos contar um pouco mais sobre como foi o processo de composição e quais histórias de amores impossíveis e despedidas inspiraram essa música?
Eu nasci na Argentina e vim pro Brasil com 4 anos. Desde então mudei de país 6 vezes entre aqui, Argentina e EUA. Despedida é algo que faz parte intensamente da minha vida e amores impossíveis também. Quando componho uma música, não tem uma história específica q me vem à cabeça, mas um conjunto de histórias que se misturam com histórias que ouvi de amigos, que li em livros, que vi em filmes. O processo de composição foi muito orgânico, quase que cuspido pra fora do meu corpo. Nessa canção especificamente, as palavras foram se formando e se escrevendo sozinhas praticamente no caderno. Tem outras músicas que demoro mais para achar as palavras certas e fico mudando, mas essa não… só veio.
A gravação do clipe de “Despierta” parece ter sido uma experiência marcante para a banda. Como foi trabalhar com Caio Luigi no Voyage Studios e o que mais vocês podem compartilhar sobre essa experiência?
Trabalhar com o Caio foi excepcional. Ficamos tão apaixonados que agora queremos fazer todos os clipes com ele (risos!). O Voyage Studios é uma inspiração por si só, um hub de artistas, um collab de amigos de uma nova geração – um lugar especial cheio de amor e arte. Amei conhecer, estar junto e ver onde vai nosso futuro musical. Tenho certeza que vocês ainda vão ouvir falar muito das bandas e artistas que fazem parte desse núcleo Voyage.
Fotos: Divulgação
Vocês mencionaram que irão fazer uma turnê na Argentina com sete shows para comemorar o lançamento de “Despierta”. O que os fãs podem esperar dessa turnê e como estão se preparando para esses shows?
Estamos trabalhando o repertório. Vamos pôr algumas versões de músicas que amamos junto das nossas para mostrar parte da nossa inspiração musical ao longo da nossa trajetória. Vamos, por exemplo, cantar uma música de uma banda argentina e uma do filme “Hedwig and The Angry Inch”, um filme inspirador que me moldou como uma punk colorida e sonhadora q sou (risos!). Também temos uma surpresa de uma banda brasileira bem conhecida, mas é bom deixar pro público descobrir ao vivo. Vamos fazer um show de despedida da turnê em São Paulo no Picles em 30 de agosto e o publico vai poder ouvir nosso repertório completo.
Com três álbuns lançados e diversas colaborações e turnês internacionais, como vocês veem a evolução da banda desde o início até agora, especialmente com o lançamento de um single tão emocional como “Despierta”?
Essa pergunta é muito boa porque o MIM é bem eclético nesse sentido. Não sinto que tem um caminho musical único, mas que cada álbum é como a ramificação de uma árvore, traça um caminho diferente pro lado que for necessário naquele momento. No caso do single “Despierta”, achamos um lugar que me sinto muito confortável, que transita pelo pop rock com melodia gostosa e atitude punk sempre (risos)…