Sun. Dec 22nd, 2024

Prestes a lançar sua nova faixa, “I’m Still Alive”, nesta sexta-feira (04), pela Marã Música, a banda Imperium D estampa a nova capa digital da Energy Mag. Inspirada por uma experiência de vida ou morte vivida por Fabrício, vocalista da banda, a canção se destaca por sua mensagem poderosa de superação e gratidão.

Em janeiro de 2024, Fabrício enfrentou uma situação aterradora enquanto pilotava sua motocicleta. Durante uma tentativa de assalto, ele sofreu uma queda a cerca de 150 km/h, resultando em uma grave fratura na bacia, conhecida como “fratura em livro aberto”. Segundo os médicos, ele tinha 48 horas para sobreviver a esse tipo de lesão, que pode ser fatal.

Com uma sonoridade que mistura arranjos de violão e sintetizadores, a faixa se apresenta como uma balada pop rock cheia de nuances, guiada por um refrão cativante que promete ficar na cabeça de quem ouve. A combinação de letras poderosas com uma harmonia arrojada cria uma atmosfera envolvente e inspiradora.

Para saber mais detalhes sobre a emocionante canção, confira a entrevista exclusiva:

Fabrício, a experiência que você viveu em janeiro de 2024 certamente foi transformadora. Como foi o processo de canalizar essa experiência de vida ou morte para a composição de ‘I’m Still Alive’ enquanto ainda estava no hospital?

Depois de aproximadamente 15 dias de internação quando o susto inicial passa e você passa a refletir sobre de fato o que aconteceu. Milhares de cenários passavam a minha cabeça. Poderia ter morrido, ficado paraplégico ou no mínimo cheio de sequelas. Ao olhar pra mim mesmo em uma cadeira de rodas, tendo que tomar banho sentado me vinha uma angustia profunda no peito, um misto de raiva, medo e uma pitada de alegria por estar vivo. É o tipo de sentimento que não desejo a ninguém. Foi durante um desses banhos, que era o único momento em que eu podia sair da cama, que me veio na cabeça a melodia. Peguei o celular para gravar a ideia e só posteriormente coloquei a letra. Dado o momento em que a ideia surgiu, não tinha nada que pudesse vir a cabeça que não fosse relacionado ao acidente e o fato de eu ainda estar vivo e por isso “I’m Still Alive”.

A faixa ‘I’m Still Alive’ mistura arranjos de violão e sintetizadores, resultando em uma balada pop rock com nuances emocionantes. Como vocês equilibraram esses elementos na produção para transmitir a intensidade da mensagem por trás da música?

Eu tinha mais ou menos uma ideia na cabeça e até pra gravar a ideia já tinha feito uma guia. Todavia quem foi decisivo para misturar esses elementos foi o nosso produtor Danillo Pozzani, o cara é gênio. A partir dos elementos que passamos pra ele em pouco tempo a magia estava lá, esse é dom dele. A ideia era transmitir de fato ao ouvinte o sentimento que a musica carrega consigo. Claro que a questão emocional e muito individual, mas acreditamos que qualquer pessoa que escute I’m Still Alive poderá sentir a sua carga de emoção. Sabendo da história ou não, afinal a musica é mais do que a letra.

Vocês mencionam que qualquer um que escute ‘I’m Still Alive’ sentirá a força da melodia. Qual foi o feedback inicial que vocês receberam de fãs ou colegas da indústria sobre essa canção?

No geral essa musica tem uma dimensão que até agora não tínhamos tido com sons anteriores. Não é nossa primeira balada, já temos lançadas musicas no estilo como “Passion” e “Look at Me”, mas nenhuma delas tiveram um feedback tão impactante quanto essa. Não sabemos dizer ao certo se é pela história da musica que de certa forma prende a atenção de quem ouve, ou se tem a ver com os lances de synth e violão que dão uma cara mais pop. De qualquer modo o conjunto da obra vem sendo muito elogiado, inclusive de acordo com algumas pessoas é “a melhor música que já fizeram até agora”. Nós temos um carinho especial com cada composição, mas não da pra negar que quando a história passa por algo que de fato aconteceu, um relato, o teor sentimental é mais forte.

A banda afirmou que ‘Any moment can be the end’, destacando a importância de valorizar cada instante. Como essa mentalidade impactou a visão de vocês como artistas e a direção musical da Imperium D daqui para frente?

Olhando as composições da banda irá perceber que falamos de uma variedade de assuntos, quase sempre um recorte de reflexões feitas pelos compositores. Falar sobre a finitude não é uma novidade em si para nós, em algumas outras musicas como “Last Words” e “Look At Me” de forma indireta você vai perceber os traços melancólicos e a presença da morte ainda que de forma simbólica. A diferença em “I’m Still Alive” é o fato de ser a descrição de uma experiência de quase morte. Nesse sentido não é mais um totem ou simbolismo, mas sim uma experiencia real onde a morte bateu a porta.

Certamente as coisas não serão mais como eram. Esse tipo de experiencia para quem vivencia acaba por deixar marcas, marcas essas que são levados para o resto da vida. No entanto não deixaremos que isso se torne a tônica das futuras composições, tão pouco pretendemos virar o tipo de banda que compõe “o samba de uma nota só”, continuaremos compondo baseado nas nossas experiencias que são vastas e variam de acordo com o momento social e histórico em que vivemos, esse sempre foi o nosso norte.

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