Fotos: Anne Godoneo
A Baru Baru está prestes a lançar seu mais novo single, “Distopia”, pela Marã Música, em todos os aplicativos de música. Este lançamento promete marcar um novo capítulo na carreira do grupo, trazendo uma profundidade e densidade inéditas em suas composições. Em entrevista exclusiva, a banda compartilha o processo criativo por trás desta nova fase, a experiência de produção e as inspirações que moldaram tanto a música quanto o videoclipe.
“Distopia” é uma reflexão intensa sobre um mundo caótico e confuso, onde a desordem pode ser tanto interna quanto externa. A música captura a essência de questionar a própria existência em um lugar imaginário e denso. A produção trouxe uma sonoridade eletrônica moderna e profunda, diferenciando-se das obras anteriores da Baru Baru. Com um synth bass pesado guiando a composição, a banda buscou fugir completamente de suas zonas de conforto e explorar novas vertentes musicais.
Além do single, a banda também lançará o videoclipe de “Distopia”, que foi cuidadosamente produzido e utiliza figurinos, objetos, luzes e sombras para transmitir a mensagem da música com precisão. A Baru Baru, formada por Andressa Fellini, Bárbara Hipólito e Milena Tavares, continua a evoluir desde os tempos da Corcel, refletindo seu amadurecimento musical e a forte conexão com seu público.
“Distopia” marca uma nova fase na carreira da banda. Como foi o processo criativo e colaborativo para a composição desta música e o que motivou vocês a explorarem uma sonoridade mais eletrônica?
Distopia teve o seu processo de composição no início da pandemia. Eu, Milena, em casa de madrugada com um violão de nylon comecei a querer expressar o fato que tudo estava caótico ao redor. É uma grande reflexão interna. É exercer um olhar sobre o mundo que internamente não faz sentido, ao menos não com o que se vê objetivamente. Posteriomente, as outras meninas sincronizaram com a vibe da música e ajudaram a finalizá-la.
A produção de “Distopia” trouxe uma nova profundidade à música de vocês. Quais foram os principais desafios e aprendizados ao trabalhar com referências de sons eletrônicos e como isso contribuiu para a mensagem da música?
Quando chegamos na trilogia das músicas que queríamos lançar, entendemos que também queríamos experimentar uma sonoridade nova. A produtora Vivian Kuczynski foi escolhida justamente por termos certeza que ela traria elementos novos para a banda. O principal desafio foi desapegar de sonoridades já confortáveis e o maior aprendizado foi como conseguimos também nos expressar de formas diferentes.
O videoclipe de “Distopia” parece ser uma extensão visual intensa da música. Quais foram as inspirações para a criação do clipe e como foi a experiência de trabalhar com a equipe de produção para alcançar o resultado final?
O diretor artístico, assim como a produtora musical foram essenciais para essa extensão entre música e videoclipe. Mesmo sem terem se encontrado os dois captaram a mesma mensagem e a mesma profundidade como apelo. Assistir o Raw criar toda identidade do clipe foi uma verdadeira aula artística, ele sentia o nosso olhar, nossa pulsação e parecia captar até a respiração que tínhamos no dia. Foi indescritível como experiência.
Baru Baru surgiu como uma evolução da antiga banda Corcel. Olhando para trás, como vocês veem essa transformação e de que maneira essa mudança influenciou a identidade e a mensagem que vocês desejam transmitir com a Baru Baru?
A Corcel marcou uma fase muito importante na vida de todas, foi um misto de inocência musical com ímpeto destemido. Somos muito gratas por todos os caminhos que a Corcel nos levou, mas chegou um momento que entendemos que precisávamos amadurecer, tipo aquilo que diz Elis Regina “o passado é uma roupa que não nos serve mais”, entendemos que estávamos maduras para entender um novo ciclo e partirmos para uma nova fase musical.