Sun. Dec 22nd, 2024

Na mais recente entrevista concedida à Energy Mag, o cantor e compositor Thiago Juliani compartilha os bastidores de seu novo single “Do Amor”, que chega em todos os apps de música pela Marã Música nesta sexta-feira (30) – uma canção que transcende o amor romântico, explorando a fé, o amor próprio e o carinho pelo próximo. Com uma letra profundamente espiritual, Juliani revela como a música surgiu de uma necessidade pessoal, inspirada na solidão e na força transformadora do amor.

Ao longo da entrevista, Thiago detalha a produção da faixa, gravada em Sete Lagoas, Minas Gerais, e fala sobre como suas raízes interioranas influenciam sua sonoridade. Ele também comenta o processo de criação do videoclipe, que envolve figuras significativas de sua vida cotidiana, refletindo a mensagem autêntica e envolvente que ele busca transmitir com sua arte. Confira!

Seu novo single “Do Amor” parece ir além do conceito tradicional de amor romântico, abordando temas de fé e amor próprio. Como você acredita que essa mensagem ressoa com o público nos dias de hoje?

Isso, o amor que falo sobre, é o amor pela vida, pelo próximo e por si mesmo, no sentido de cuidado consigo, de autopreservação. É um estado de inspiração e agradecimento pelo milagre da vida. Já andei tocando ela em pequenos eventos e para amigos. A resposta tem sido muito interessante, as pessoas prestam atenção na letra e no refrão, tendem a cantar juntos. Sinto que é uma música que envolve e aproxima. Ela tem um ritmo marcante também, isso ajuda! A música quando tocada ao vivo ressoa de forma completamente diferente nas pessoas. É uma experiência física maior, é uma comunhão, é um ritual. Eu acredito nesse poder e estou aqui pra manter essa experiência viva.

Fotos: João Oliveira

Você menciona que a canção foi gravada em Sete Lagoas, com uma produção que remete à atmosfera interiorana e rural do Brasil. Como essas características influenciam sua música e sua identidade como artista?

Eu vim do interior, sou nascido e criado em Umuarama no Paraná. O contato com a natureza sempre me trouxe paz, ir pro sítio, cachoeira, fogueira, essas coisas maravilhosas. Era uma época pré internet ou de transição. Eu escutava (e escuto ainda) álbuns inteiros dos artistas. A relação com o tempo era outra e lá no comecinho, mudar de faixa em uma fita cassete dava um certo trabalho, hehe. Nas aulas de música eu fui do violão clássico ao clássico Menino da Porteira. Em casa eu escutava e aprendia a tocar Beatles, Led Zepp, Legião Urbana, Guns, rolava um pouco de Gaúcho da Fronteira, Fagner, Chitãozinho e Xororó. A playlist já era diversa sim, hehe. Acho que vem daí o fato de eu transitar em estilos musicais diferentes. E também, no interior tinham fontes de aprendizado mais específicas, meu professor de música, as revistinhas de cifras. Os ouvidos se apuravam mais, a experiência era menos visual, e com uma capa de disco ou um poster do Jimi Hendrix no meu quarto eu viajava um universo inteiro.

O videoclipe de “Do Amor” inclui pessoas que fazem parte da sua vida cotidiana. Como foi a experiência de trazer essas relações pessoais para o vídeo e de que forma elas refletem a mensagem da canção?

Minha terapeuta me acompanha há mais de dez anos. Sou forjado na psicanálise (risos). Eu sou formado em Psicologia, então confesso que fiquei muito feliz dela ter aceitado em aparecer no vídeo. É a minha e a nossa história. O livreiro é meu guru das letras, hehe, o pintor fez a capa do single, o cabeleireiro e o taberneiro ambos amigos queridos. Eu tive um cuidado especial ao escolhê-los, pois são pessoas que fazem aquilo que amam, que espalham beleza ao redor dos seus, que pulsam e vibram na frequência desse amor de que a letra fala. 

Com influências tão variadas que vão do Clube da Esquina ao Folk e Blues, como você consegue equilibrar esses elementos na criação de um som autêntico e ao mesmo tempo acessível ao público?

A busca do equilíbrio na minha canção diante das minhas diversas fontes é uma coisa que estou atento. A minha régua é “estou feliz com essa canção? Ela está pronta para ser compartilhada? Como compositor eu sou uma antena, eu capto a informação que está no ar, numa linguagem mais atual, sou uma espécie de interface, onde, transformo um sinal em outro. Isso parece mágico, e é! No sentido de que a música tem algo muito misterioso nela, e nós sentimos isso, nós vibramos isso juntos. Tenho simpatia pela palavra acessível e desejo que minha música percorra mais e mais caminhos e corações pelo Brasil. 

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