Tue. Dec 31st, 2024
Créditos: Divulgação

GZUIS, cantor e compositor paulista, lançou recentemente seu mais novo single, Correndo Pelo Mundo, marcando mais um capítulo significativo em sua promissora trajetória na música brasileira. Com apenas 23 anos, o artista vem se destacando por sua fusão única de reggae, MPB e rap, uma “salada musical” como ele mesmo brinca, carregada de referências afro-brasileiras e narrativas que dialogam com a vida urbana. A produção, assinada por Bruno Duprê, refina essa mistura, ampliando as possibilidades sonoras de GZUIS, que já conquistou o público com sua autenticidade e coragem de quebrar moldes.

Em entrevista exclusiva à Energy Mag, GZUIS compartilha os bastidores do novo single e revela como as ruas de São Paulo, sua fé de matriz africana e as experiências pessoais moldaram sua arte. Correndo Pelo Mundo vai além de uma composição musical; é um manifesto de liberdade, fé e resistência. Da infância vivida na Lapa até o lançamento de seu primeiro álbum em 2020, a caminhada do cantor é repleta de histórias inspiradoras, reflexões espirituais e um profundo desejo de levar ao público mensagens de superação e conexão. “Quero que minha música toque as pessoas, que seja conforto e também um grito contra tudo o que aprisiona”, afirma GZUIS.

Seu novo single, “Correndo Pelo Mundo”, tem uma forte ligação com suas raízes afro-brasileiras e vivências nas ruas. Como essas influências moldaram sua música e qual mensagem você espera transmitir com essa canção?

Eu acho que estar num terreiro não tem como você não se ligar com a música, porque a religião afro-brasileira, a família indiana tem essa ligação ritualística, essa importância. Isso é totalmente essencial, a música dentro do terreiro. Na rua, a rua é sempre a rua, aprendi desde moleque a escutar muito rap, muito rock também, isso nos anos 2000… 2010, pra cima. E reggae também, colei muito em rolê de reggae, em sound system, dub, e aí essas vivências vão trazendo experiências pra gente e inspirações pra fazer essas músicas. Acho que “Correndo Pelo Mundo” tem uma mistura de tudo isso que eu já vivi dentro das experiências do terreiro, das experiências na rua, quanto experiências de vida amorosas.

Você descreve o estilo de “Correndo Pelo Mundo” como uma fusão de ritmos, incluindo samba reggae, raga, MPB e outros elementos. Qual foi o maior desafio em criar essa “salada musical” e como você equilibra tantas referências?

Acho que é encaixar nas partes cada música. Por exemplo, “Correndo Pelo Mundo” começa com pagodinho samba e depois do nada vira um soul music, meio jazz, meio samba rock… aí vira um raga e depois o segundo verso vira um xixá. Então, a dificuldade é encaixar e ficar bom até encontrar ali qual parte encaixa em cada ritmo.

No single, você fala sobre espiritualidade e faz referência às suas vivências com a fé de matriz africana. Como essa conexão espiritual impacta sua arte e sua visão como artista?

Eu acho que a conexão espiritual impacta a minha arte, eu acho que é uma questão de espiritualidade, é uma questão de profundidade. Eu acho que quando a gente vive a espiritualidade, a gente acessa lugares e raciocínios e consciências dentro da nossa mente, que trazem intuições e inspirações. Acho que se você viver dentro de um terreiro, você entende que, como eu falei antes, não tem como ficar sem música, né? A arte é uma gira, só funciona com música, com a corimba, com os atabaques tocando.

Sua trajetória começou cedo, com composições desde os 12 anos e influências como Chorão. Quais foram os momentos mais marcantes da sua caminhada até aqui, e o que você espera alcançar com este novo lançamento?

Tiveram bastante momentos marcantes, acho que o maior até hoje foi quando eu gravei minhas músicas com Tadeu Patola, produtor do Charlie Brown Jr, o cara que descobriu os caras, e o Bruno Graveto, baterista do Charlie Brown, gravou as baterias de duas músicas minhas. Para mim, isso foi um sonho acontecendo, sendo realizado. Teve uma vez também que eu conheci o Rael, de quem sou muito fã, dei um rolê com ele, a gente trocou uma ideia. E diversos momentos assim, já abri o show do Mike Love, conheci o Mike Love em pessoa, que é um músico de reggae havaiano internacional, então tiveram alguns momentos em que conheci meus ídolos, eu acho que conhecer ídolos é um negócio muito da hora, conhecer músicos importantes, e quero conhecer muita gente ainda.

Eu espero que esse lançamento abra portas pra eu alcançar mais pessoas, alcançar mais lugares pra tocar, pra divulgar meu trabalho, pra fazer shows, pra poder espalhar realmente o meu trabalho, eu quero que chegue até televisão, rádio, eu quero que as pessoas cantem e escutem minha música, e eu acho que é isso, sabe? Também espero fazer feats, conhecer novos artistas e fazer participações com novos artistas influentes.

O que podemos esperar para 2025? Pode dar algum spoiler pra gente?

Para 2025 eu tenho alguns feats que eu vou fazer, umas participações com e gravação com alguns artistas que eu ainda não posso falar, mas são artistas principalmente do reggae, da cena nacional do reggae que está vindo, artistas muito bons e um estilo totalmente talvez original, com muita mistura vindo aí. Estou estudando muita música ultimamente, estou pegando muita influência de afrobeat, tanto do antigo quanto do novo, de jazz, de soul, de rock, de metal, de reggae, de groove, então tem muita coisa, muita composição nova interessante vindo aí. Em janeiro vou fazer um show no Teatro da Rotina, em São Paulo (o show será em 17 de janeiro). Esse show vai ser bem interessante, vai ter uma pegada de macumba com MPB e várias músicas minhas, vai ser uma inovação que estou fazendo, bem interessante. Então, já começamos o ano com o pé direito.

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