Sun. Dec 22nd, 2024
Créditos: Tercio Campelo

Como uma combinação de duas referências potentes, Yan Cloud reafirma seu lugar como um dos nomes mais promissores da nova cena musical baiana com o seu segundo álbum de estúdio. AFROSSA é uma junção de “Afro”, evocando as raízes culturais da diáspora africana e a estética musical que influenciam o projeto, com “SSA”, abreviação para Salvador que conecta diretamente o conceito ao berço cultural do artista. Assim, antes mesmo do primeiro verso, o novo disco é apresentado. O termo criado por Yan e o produtor Zamba simboliza esta fusão cultural, como uma celebração da herança afro-brasileira que deságua nas 10 canções inéditas do cantor. AFROSSA chega hoje às plataformas digitais, reunindo ainda colaborações com Rachel Reis, Larissa Luz, Rincon Sapiência, Lazzo Matumbi e Melly. O álbum recebe visualizers em todas as faixas.

“Este é um álbum sobre ancestralidade, sobre origem, sobre um encontro geracional que ressignifica o afrobeats global, trazendo-o para o contexto cultural e sonoro de Salvador. É um projeto que bebe do samba-reggae, pagodão e muitos outros ritmos da diáspora africana com a potência criativa da Bahia”, resume Yan. Os primeiros traços da narrativa que guia o álbum já haviam sido apresentados com o single “MEXE”, lançado no último mês (assista ao videoclipe aqui). Foi a partir de experimentações sonoras que exploravam o afrobeats, o amapiano e outras referências africanas contemporâneas, que a proposta do projeto amadureceu – criando um som único, enraizado na Bahia. “Queríamos mostrar como seria um afrobeats se ele nascesse em Salvador, conectando a ancestralidade do samba-reggae e o legado de artistas como Neguinho do Samba com o frescor do afrobeats moderno”, explica o cantor.  

Com produção e co-direção criativa assinadas por Zamba e Rafa Dias (RDD), e produção de Manigga, o álbum também conta com contribuições de músicos como Chibatinha, Pivet Panda e Jad Ventura, trazendo camadas de sofisticação rítmica e melódica. A canção-foco é “NÊGA”, uma parceria com Rachel Reis que traz um groove cativante e melodias envolventes, sintetizando a vibração dançante, quente e cheia de energia do disco. “Toda vez que mostrei essa faixa, a galera dizia que parecia música de novela. Acho que ela traduz bem o que o álbum quer passar: uma vibe de verão e festa, mas com identidade e alma”, comenta Yan. AFROSSA traz também outras participações que potencializam a riqueza sonora e emocional do projeto, como Larissa Luz, Rincon Sapiência, Lazzo Matumbi e Melly. “Esses feats são trocas muito orgânicas. Lazzo, por exemplo, é uma lenda viva, e tê-lo no álbum é como receber um bastão de uma geração que abriu caminho para tudo que estamos fazendo hoje”, celebra Yan.  

Para complementar o lançamento, Yan Cloud apresenta um material audiovisual conceitual, com videoclipes que traduzem a estética do afrobeats sob uma perspectiva baiana. Os registros foram dirigidos por Zamba, com direção de fotografia de Edvaldo Raw, em uma linguagem minimalista e sofisticada que destaca as simbologias entre Yan e os cenários. “Quisemos criar algo simples, bonito e maduro, refletindo o momento que estou vivendo, tanto artisticamente quanto pessoalmente. Esse projeto é sobre transição e crescimento”, afirma o artista. Toda a estética é um desdobramento ainda de todo o pilar sonoro, que chega como um reflexo às influências de Wizkid, Burna Boy e Tems, além de ritmos baianos que moldaram a trajetória de Yan. 


AFROSSA coroa uma trajetória extensa, fonograficamente debutada pelo disco Pinkboy (2020) mas que já acumula mais de 10 anos de corre e arte. O primeiro álbum de Yan foi lançado durante a pandemia como um registro individual fruto do isolamento, que o preparou para, agora, explorar uma abordagem mais colaborativa. “Este novo projeto é resultado de uma série de trocas intensas entre produtores e músicos. É um álbum que carrega mais maturidade, tanto na voz quanto na composição”, finaliza o músico. 

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