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O cantor, artista, músico, produtor musical e comunicador Chavão DG, que estampa a nova capa digital da Energy Mag, lança em parceria com o Mc Venus do Salgueiro, no dia 14 de fevereiro, em todos os apps de música, o single “Rolé por São Gonçalo” – pela Marã Música. A faixa, que conta com a colaboração do grupo Negratividade, é uma verdadeira homenagem à cidade de São Gonçalo e aos seus habitantes, trazendo à tona a riqueza cultural local e a transformação que a cidade vem vivenciando.

A música, que foi escrita em 2017, reflete as vivências e a energia pulsante da cidade, apresentando uma narrativa de uma sexta-feira típica em São Gonçalo (RJ).

Com uma mistura de soul music brasileira, samba, funk e hip-hop, a faixa traz um estilo musical autêntico que dialoga com a diversidade cultural de São Gonçalo. A cidade, que tem se consolidado como um berço de talentos, ganha voz através da música de Chavão DG, que busca representar a liberdade de expressão e a pluralidade de estilos que marcam o cotidiano dos gonçalenses.

O processo criativo da música começou em 2017, no estúdio Ch Produções, onde Chavão DG, junto com outro compositor, escreveu o refrão da canção e o cantaram até que se transformasse em um verdadeiro mantra. O trabalho foi evoluindo ao longo dos anos, com a entrada do Mc Venus e do compositor Luan Moreira, que juntos criaram a parte do rap, adicionando o toque final à música. A expectativa é grande, com a meta de alcançar 1.000.000 de visualizações e levar São Gonçalo para o cenário nacional, aproveitando o momento positivo trazido por figuras como o jogador Vinicius Jr e o movimento dos Garotin.

Com 10 anos de carreira, Chavão DG é um dos maiores representantes da cultura negra e periférica, e sua trajetória como artista é marcada pelo empenho em valorizar a música e as tradições de sua terra natal. Em 2020, fundou o grupo Negratividade, com o objetivo de celebrar a cultura negra e sua diversidade musical. O grupo também é responsável pelo “Bailinho Black”, uma festa que além de ser um show, se tornou um movimento cultural de resistência, empoderamento e celebração da cultura negra.

Com “Rolé por São Gonçalo”, Chavão DG e sua equipe buscam dar visibilidade à cidade, mostrando que São Gonçalo é muito mais do que um simples ponto no mapa: é um lugar cheio de cultura, arte e talento.

Confira uma entrevista exclusiva com o artista sobre o novo trabalho:

“Rolé por São Gonçalo” foi escrita em 2017 e só agora está sendo lançada oficialmente. Como foi esse processo de maturação da música ao longo dos anos, e o que mudou na sua visão sobre São Gonçalo nesse período?

No início a ideia surgiu através de um refrão que representava um sentimento simples e verdadeiro nosso que é de fato a sensação de curtir e aproveitar na nossa cidade, onde nós somos cria e estamos sempre rodeado de bons amigos. Ao longo desses anos muita gente escutou essa música nos nossos shows e sempre a abraçou, principalmente quem mora em São Gonçalo, claro, a identificação batia na hora! 

Todo mundo pedia pra eu lançar essa música desde essa época, e vontade não faltou,  mas nós tivemos diversas alterações na letra e na estrutura dela. Eu toco Rolé por São Gonçalo desde outro projeto em que eu fazia parte, então foram muitas mudanças de arranjo também. Após o segundo verso eu sempre senti que faltava um algo a mais, aquela “cereja do bolo” pra completar a música. Em 2023 após a parceria com o Mc Venus e o compositor Luan Moreira fizemos a parte do rap no meio da música e conseguimos completar o que estava faltando nela, que é uma síntese de eventos, festas e situações características da cidade, ao qual muitas pessoas já vivenciaram e se identificam ao ouvir.

Com a pandemia, não fez sentido lançar uma música que estimulasse as pessoas a irem pras ruas socializar, então tivemos que guardar essa ideia e recalcular nossa rota para encontrar um momento oportuno de fazer isso mais pra frente. Felizmente após esse período de trevas e insegurança, pudemos voltar a fazer o que a gente tanto ama, que é dançar, tocar, curtir e viver intensamente. 

Creio que esse período também ressignificou muita coisa nas pessoas, e sair pra se divertir com os amigos e conhecer gente nova adquiriu um novo significado, aquela sensação de estar vivo bate muito mais forte, uma coisa que no passado poderia ser vista como normal ou até banal, já que até há muito pouco tempo atrás não podíamos sair de casa, dar festas e nem nos reunir. Rolé por São Gonçalo então soa pra mim como um alívio após um período de muita luta para ficar bem física e mentalmente, durante e após essa época conturbada. E creio que muita gente também esteja vivendo isso e sinta o mesmo.

A música mistura soul, samba, funk e hip-hop, refletindo a diversidade cultural da cidade. Como você enxerga essa liberdade musical do gonçalense e de que forma ela influencia o seu trabalho?

Viemos de um contexto de muita mistura musical, sou filho dos anos 90 em que no Brasil reinava O Rappa, Planet Hemp, Charlie Brown, Cidade Negra, Chico Science, entre muitos outros em que a graça era misturar estilos e formar uma identidade única. 

Minha base musical sempre foi o rock, a música pop e a música black americana, o funk do internacional ao brasileiro, e hip hop também sempre foram o que eu consumi ao longo da minha adolescência. Em casa ouvíamos muito samba e pagode 90 nos churrascos de família, e com minha mãe, que ouvia além de tudo isso outros estilos como Forró, Country, Blues, o que era bom pra gente, ouvíamos. No carro com meu pai e madrasta a gente ouvia muita MPB de forma geral, músicas antigas, essas músicas mais “de coroa” mesmo (risos), eu sempre ouvi e amei! 

Acho que o gonçalense tem muito disso, sabe?! Em um momento tá num pagode depois todo mundo vai pra um lugar que tá rolando baile charme, depois vai assistir uma batalha de rap e no final tudo termina num baile funk até virar o dia! 

Você mencionou que o clipe foi produzido em um ambiente leve e colaborativo, com amigos e profissionais que acreditam no projeto. Como foi essa experiência e o que os fãs podem esperar desse videoclipe?

Geralmente eu sou muito criterioso e exigente no meu trabalho e na qualidade de entrega – sou chato mesmo (risos) -, então reunimos uma equipe que tivesse o nível para executar esse trabalho da melhor forma possível, visando em primeiro lugar um material final excelente.

 Felizmente vários desses profissionais são pessoas próximas, amigas, gonçalenses ou dos arredores, que fizeram um dia de gravação que começou de manhã e terminou à noite, percorrendo diversos lugares da nossa cidade, com um cronograma apertado, almoço, e depois as cenas da festa no final do clipe. Tudo isso num clima alto astral, sempre com profissionalismo. Não tive o que reclamar, pelo contrário só a agradecer pela disponibilidade de todo mundo!

Vocês vão ver nesse clipe um retrato do atual momento da nossa cidade, após anos de muitos problemas, podendo voltar a sorrir e celebrar seus artistas e seus fazedores de cultura. Quero muito que o gonçalense se veja representado nessa obra. 

Meu objetivo com Rolé por São Gonçalo é muito isso, fazer as pessoas poderem se ver, verem o lugar de onde elas moram sendo representado num clipe f*da, isso é muito importante. Esperem uma mistura quente da Soul music brasileira de forma atual, misturada com o que o nosso país tem de melhor que é o nosso “molho”, o tempero que só a gente tem!

Seu trabalho, tanto solo quanto com o grupo Negratividade e o Bailinho Black, tem um forte compromisso com a valorização da cultura periférica. Como você vê o impacto dessas iniciativas na cena musical e no reconhecimento da cultura gonçalense no cenário nacional?

Acho que o movimento que estamos fazendo é muito relevante para a cidade e principalmente para quem vive nela. São Gonçalo vive hoje um momento que jamais viveu, os holofotes finalmente estão colocando essa terra, que é BERÇO – nunca celeiro – de diversos talentos, no seu devido lugar de destaque, isso se deve ao surgimento de nomes como o jogador Vinicius Jr e o grupo Os Garotin, que exaltam essa cidade, isso serve de inspiração e muda a forma como vêem São Gonçalo, também como o gonçalense se vê.

Estamos fazendo nossa parte para perpetuar essa história, nosso projeto já atua desde 2020 e agora tá vivendo um momento lindo após uma luta muito grande para sobreviver, visto que somos independentes e não temos costas quentes – ainda (risos)! Acho que é muito incrível poder ter construído uma rede de pessoas que estão juntas por um mesmo propósito e que entregam qualidade acima de tudo, seja numa apresentação, numa música, evento ou clipe. 

Somos responsáveis por narrar essa história que merece ser contada, pois nossa cidade é potente e eu confio muito no potencial que essa cena artística tem, e que agora com um pouco dessa visibilidade desse clipe, espero poder contribuir também para que outros artistas e fazedores de cultura acreditem no seu potencial.

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