Mon. Jun 2nd, 2025

No dia 23 de maio, a Fenícia, que estampa a nova capa digital da Energy Mag, lança o single “Meu Bem” em todos os aplicativos de música e mais um passo importante em sua trajetória pela Marã Música. A faixa, que antecipa o aguardado EP homônimo da banda previsto para este ano, é uma imersão intensa nas emoções humanas – uma entrega emocional que transita entre delicadeza e força, temporalidade e permanência. 

‘Meu Bem’ é uma canção que fala sobre minha intensidade no sentir, seja no temporal ou na mansidão – parafraseando a poeta Ryane Leão. Eu sinto tanto. Eu sinto muito… Sempre!”, comenta a vocalista Ninne Monzani, que revela ter se inspirado na poética crua e melódica de Maurício Pereira durante o processo criativo.

Com uma sonoridade cuidadosamente lapidada, o grupo explora uma estética mais limpa e definida, permitindo que cada instrumento seja ouvido em sua plenitude.

A composição de “Meu Bem” também reflete o espírito coletivo e visceral da banda, sendo criada a partir de encontros intensivos na sala de uma chácara em Descalvado/SP, cidade natal do grupo. Teuz e Ninne deram o pontapé inicial na estrutura, que foi ganhando corpo com as contribuições de Régis e Tiago. A faixa começa com uma introdução angelical de guitarra, seguida por uma linha vocal potente e viciante.

O novo lançamento sucede o single “São 02:03 (Nem Tão Colorida)”, lançado em abril, que se tornou o melhor desempenho da banda nas plataformas digitais desde 2023, ampliando as expectativas para os próximos passos.

O clipe da canção já está em produção e deve ser lançado até o fim de maio, fortalecendo o momento promissor que a banda atravessa.

Com Ninne Monzani, Teuz Rocks e Régis Berretta na formação atual, a Fenícia segue se firmando como uma das bandas mais autênticas e inovadoras do cenário indie nacional. Após dois álbuns e uma sequência de cinco singles lançados em 2023, o trio prepara o terreno para o novo EP que contará com a produção de Rafael Barone, ex-Liniker e os Caramelows. O trabalho promete intensificar ainda mais a identidade sonora do grupo – uma fusão orgânica de rock alternativo, indie e elementos da música brasileira – e reafirmar o poder de conexão da Fenícia com seu público.

Confira uma entrevista exclusiva com a banda:

“Meu Bem” é uma canção que transita entre intensidade emocional e delicadeza sonora. Como foi transformar sentimentos tão profundos em uma estrutura musical profunda e madura?

Transformar sentimentos em música sempre foi, pra gente, uma forma de traduzir o que às vezes nem sabemos nomear. “Meu Bem” nasceu de um lugar íntimo, de vulnerabilidades reais. Então, encontrar essa estrutura madura veio quase como consequência da sinceridade com que lidamos com a emoção. Buscamos equilíbrio entre o que é dito e o que é sentido, respeitando o silêncio, os espaços e os detalhes.

O single marca uma busca por uma estética sonora mais limpa e definida. Quais foram os principais desafios e aprendizados durante esse processo de lapidação do som?

Foi um processo de escuta – de nós mesmos e uns dos outros. A busca por uma sonoridade mais limpa exigiu que a gente deixasse de lado certos excessos e isso nem sempre é fácil. Aprendemos a confiar mais na essência da canção, deixar a música respirar.

Créditos: Diogo Mar

A composição nasceu de encontros intensivos em Descalvado. Como o ambiente e a convivência influenciaram diretamente no resultado final da faixa?

Os encontros e a convivência ajudaram na troca de ideias e na construção coletiva da música. Isso deu pra faixa uma sensibilidade que talvez não surgisse em outro contexto. É sobre estar presente mesmo, sentir, acolher, dividir… Se encontrar pra além da canção.

Vocês citam referências como Maurício Pereira e Chick Corea. Como essas influências, tão distintas entre si, se encontraram de forma harmônica em “Meu Bem”?

Maurício Pereira traz uma forma de dizer as coisas que é profundamente brasileira e poética, ao mesmo tempo em que é despretensiosa. Chick Corea nos lembra do valor da exploração harmônica, do inesperado. Essas referências se encontram justamente na liberdade que elas nos inspiram.

Com o clipe a caminho e o EP prestes a ser lançado, o que o público pode esperar dessa nova fase da Fenícia em termos de estética, identidade e conexão com os fãs?

Esteticamente, estamos mais conscientes do que queremos comunicar – tanto visualmente quanto sonoramente. A identidade da Fenícia vem se fortalecendo com a coragem de mostrar quem somos hoje, sem amarras com o que já foi, mas respeitando muito isso. E a conexão com os fãs vem justamente desse lugar de verdade: queremos que as pessoas se reconheçam, se sintam acolhidas, e que a música seja um lugar de encontro.

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