Tue. Jun 17th, 2025

O talentoso cantor e compositor Simon Abbud estampa a nova capa da edição digital da Energy Mag. Nesta sexta-feira (20 de junho), ele se une a artista Maia Kali no novo single “Diamante Tatuado”, que chega em todas as plataformas digitais, pela Marã Música. A faixa é uma canção sensível, densa e hipnótica, marcada por camadas harmônicas sofisticadas e uma lírica profundamente autobiográfica.

“Diamante Tatuado” é quase uma balada, mas escapa das definições fáceis. Traz um riff dedilhado de guitarra leve e onírico, pinceladas de jazz, e uma melodia vocal que envolve pela simplicidade e emoção. A letra, escrita por Maia Kali, parte de sua vivência e subjetividade.

Com uma trajetória que cruza o rock, a MPB, o jazz e a música experimental, Simon vem de uma formação sólida: foi aluno de Luiz Chaves (Zimbo Trio), estudou orquestração e regência com o maestro Chú Vianna, passou pela CalArts (EUA) no curso Composition and Experimental Sound Practices, e se formou em Canto Popular pela EMESP-Tom Jobim. Já tocou em bandas como Lagarta Alada, Garoa Seca, Nebbia e Farufyno (esta última com álbuns lançados pela EMI e Abril Music), além de sete discos gravados, sendo quatro deles autorais.

Maia Kali é cantora, compositora e letrista, conhecida por sua escrita poética e intensa, que toca temas como feminilidade, espiritualidade e potência criativa. Em “Diamante Tatuado”, ela transforma elementos da própria vida em metáfora:

A canção nasceu em 2021, ainda no contexto de pandemia, e o processo de composição foi feito à distância. Maia Kali enviou referências ligadas ao neo soul, blues e MPB. Simon criou uma base instrumental com guitarra, baixo e beat, inspirada nas referências de tempo, harmonia e atmosfera. “Ela ouviu, adorou, criou a letra e uma nova melodia com um refrão que pedia outro caminho harmônico. Aí eu criei uma nova harmonia para acompanhar. Assim nasceu a faixa”, conta ele.

As influências sonoras da música passam pela trilha de “O Estranho Mundo de Jack” (especialmente “Sally’s Song” de Danny Elfman) e se cruzam com timbres contemporâneos como em “Nova York”, de Yoún, e “Sorrisos”, do L7nnon.

A parceria entre Simon Abbud e Maia Kali não é nova. Desde 2018, os dois desenvolvem juntos um trabalho voltado para a neo soul music. No recente álbum “Cinema Paradiso”, Simon reuniu músicas instrumentais inspiradas por grandes filmes do cinema mundial e incluiu quatro faixas cantadas, entre elas, “Diamante Tatuado” e “Vai se Arrepender”, compostas em parceria com Maia, que também assina os vocais.

Para descobrir todos os detalhes deste novo lançamento, confira uma entrevista exclusiva com o artista:

“Diamante Tatuado” mistura suavidade com tensão e tem uma sonoridade bem diferente. Como você descreveria essa música para quem vai ouvir pela primeira vez?

Eu descreveria como um balada lírica que começa com um dedilhado de guitarra, bem suave e limpo, mas com pequenas dissonâncias harmônicas, que introduzem o tom introspectivo e estranho da letra e melodia, que entra logo a seguir, junto com a bateria, simples, seca e marcada no “rimshot” do aro da caixa, e um baixo gordo, com notas longas e graves, dando base e emoldurando as melodias sem atrapalhar ou desviar a atenção da letra autobiográfica da Maia que fala sobre algumas dicotomias da feminilidade como delicadeza e a força. Logo a seguir, depois da poesia lançada, a música toma outro rumo (como uma dicotomia), ganha vitalidade e suingue, com baixo e guitarra juntos fazendo convenções arpejadas e sincopadas, que introduzem o improviso de guitarra, melódico, Jazzy e tranquilo, em cima da harmonia que se repete e gira, que finaliza com a Maia cantando a ultima frase do refrão: 

“ Aproveita que o mundo vai girar”

Você e a Maia Kali já trabalham juntos há alguns anos. O que você mais gosta nessa parceria e como ela aconteceu?

Sim, trabalhamos a 8 anos juntos e o que mais gosto nessa parceria é nossa cumplicidade, entendimento e admiração mútua adquiridos nesses 8 anos de convívio. Confiamos um no outro. Temos bastante afinadade musical, gostamos das mesmas referências, compartilhamos os mesmos objetivos e ideais e somos muito amigos.

Conheci a Maia no meu estúdio em um evento. Me foi apresentada por um amigo comum como uma cantora/compositora muito promissora e nos entendemos imediatamente. Nesse mesmo dia dei pra ela meu álbum instrumental CHEERRZZ!! que tinha acabado de lançar.

 No dia seguinte ela me manda uma msg dizendo que tinha gostado muito do cd, mais especificamente de uma música chamada “Gin Tonic” e me perguntou se poderia colocar uma letra nela. Claro que eu concordei e em poucos dias ela me apresentou a versão com letra e com algumas mudanças na melodia que me surpreenderam muito positivamente. Foi nossa primeira parceria e a partir daí começamos a compor bastante juntos 

A música foi criada durante a pandemia e à distância. Isso mudou alguma coisa no jeito como vocês compõem juntos?

Bom, nossas primeiras parcerias foram feitas em cima de músicas instrumentais minhas já gravadas e prontas que ela colocou letra e modificou ou acrescentou melodias. Já a partir da Pandemia a nossa composição foi muito mais colaborativa e direcionada, feita sob medida e do zero. 

A Maia me mandava as referências do que ela gostava de ouvir e eu produzia umas bases com baixo, beats e riffs de guitarra na mesma linguagem e “mood” das referências. Aí eu mandava essas bases pra ela que compunha as melodias e letras, as vezes adicionando um refrão, ou uma parte B. Aí voltava pra mim que criava novas harmonias adicionais para acompanhar essas novas partes. Quando a canção estava pronta nos reuníamos, devidamente mascarados, para gravar a demo da música. Nesse vai e volta fizemos 15 músicas muito rapidamente.

Você tem uma carreira cheia de experiências com vários estilos musicais. Que influências aparecem em “Diamante Tatuado”?

Sim, posso dizer que já toquei de tudo e que não tenho nenhum preconceito musical, mas minha maior influencia sempre foi o rock, Soul e MPB. Tropicália, Mutantes, Bossa nova, Marvin Gaye e Zappa. Acho que a influência do rock está clara no dedilhado de guitarra que permeia toda a música, o beat, a melodia, o interlúdio instrumental e jeito de cantar da Maia são bem do Soul, a harmonia, cheia de acordes complexos vem da escola da Bossa nova e a letra é MPB.

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