Mon. Jun 23rd, 2025

No dia 16 de maio, a cantora e compositora Emily Pierucci, que estampa a nova capa digital da Energy Mag, lança seu primeiro EP, “Eu não sei lidar com o mundo”, em todos os aplicativos de música pelo selo Marã Música. Em quatro faixas que soam como páginas de um diário íntimo, a artista entrega ao público um trabalho autoral e profundo, que fala sobre amadurecimento, frustrações, memórias difíceis, e, sobretudo, sobre não desistir da esperança.

As composições surgiram em momentos distintos da vida da artista, mas ganharam nova força quando ela decidiu revisitar antigas criações e percebeu que, juntas, elas construíam um arco emocional potente. “

As faixas que compõem o EP — “cidade grande”, “eu no futuro”, “perdoo o mundo” e “anjo” — passeiam entre o pop, rock alternativo, synth pop e folk, sempre com forte carga emocional. “cidade grande” abre o trabalho com uma sonoridade que mistura piano suave, guitarras e cordas orquestrais, em clima melancólico. A faixa nasceu a partir do impacto da mudança de Emily para São Paulo. Na sequência, “eu no futuro” traz uma vibe mais animada, com synths e atmosfera pop, inspirada pelo momento de transição entre o fim da escola e o início da vida adulta – quando o medo e a incerteza falam mais alto.

Já “perdoo o mundo” resgata dores da adolescência e a difícil tarefa de perdoar o passado. E fechando o EP, a delicada e tocante “anjo” surge como um respiro, uma prece. Escrita como uma homenagem à sua bisavó após um período em que a mesma esteve enferma, a faixa mistura elementos de pop e folk com arranjos de violão e vozes etéreas.

O EP marca oficialmente o início da carreira profissional de Emily, que se apresenta ao público com uma identidade musical forte e transparente. “

Emily Pierucci começou cedo sua relação com a música. Filha de músico amador, cresceu acompanhando o pai em shows e sessões de composição. Autodidata no piano e apaixonada por composição, Emily se inspira em nomes como Rita Lee, Cássia Eller, Bon Jovi e Taylor Swift. Agora, com “Eu não sei lidar com o mundo”, ela convida o público a conhecer não só seu som, mas sua história, suas dores e sua forma de seguir em frente – mesmo quando o mundo parece demais.

Antes do lançamento do EP completo, Emily já havia apresentado ao público os singles “cidade grande” e “perdoo o mundo”, que anteciparam a força lírica e a sensibilidade do projeto. No dia 16 de maio, essas canções ganham companhia e contexto, consolidando de vez a estreia de uma artista que transforma vulnerabilidade em potência sonora.

Confira uma entrevista exclusiva com a artista:

Emily, o título do seu EP é bastante impactante. O que exatamente você quis expressar ao dizer que “não sabe lidar com o mundo”?

Quis expressar que o mundo é muito complexo, e eu tenho a impressão que nunca vou saber lidar com ele. Talvez eu sempre me pergunte porque coisas ruins aconteceram comigo e talvez eu também nunca aceite que eu não vou saber quem eu serei no futuro, mas que apesar dos apesares no final há sempre alguma esperança pra mim.

As quatro faixas funcionam como capítulos de um diário. Qual foi o maior desafio emocional em transformar essas memórias e dores em música?

O maior desafio pra mim foi senti-las novamente e abrir algumas feridas antigas minhas, também percebi que eu tinha dores que nem sabia que tinha quando coloquei elas no papel.

Créditos: @opoeta

Você menciona que escreveu essas músicas em momentos diferentes da vida. Em que momento percebeu que elas formavam um arco coerente e pronto para virar um EP?

Quando me mudei pra são paulo, morando sozinha, comecei a ver a vida de outra forma e muitas vezes eu não soube lidar com o que acontecia no meu dia a dia, comecei a me cobrar muito e me machucar muito com o que vi aqui, a grande desigualdade, foi como jogar um balde de água fria em mim, e quando fui cantar “eu no futuro” e “perdoo o mundo” que foram músicas escritas a quase 3 anos atrás, percebi o quanto eu ainda sentia o mesmo e o quanto elas fazem sentido com “cidade grande” e “anjo” que são músicas escritas recentes com minhas sensações de agora, elas se complementaram perfeitamente a minha eu de agora e aos meus medos e dores.

Das quatro faixas, qual mais te emociona ao ouvir pronta e por quê?

Anjo. foi uma música que eu escrevi com medo de perder a pessoa que mais me trouxe esperança nos meus momentos difíceis, ver ela finalmente pronta e com tanta emoção nela, e ter minha bisa pra poder ouvir a música que fiz pra ela e poder se emocionar comigo, foi algo que eu nunca paro de me emocionar.

Esse EP marca oficialmente sua estreia profissional. Como foi esse processo de sair do universo íntimo da composição para lançar algo ao mundo?

Foi incrível, eu sempre achei que sentiria medo de colocar minhas dores e meus mais profundos pensamentos pro mundo ver , ouvir e até mesmo julgar, mas eu não senti medo algum, eu tive sensações indescritíveis que me preenchem diariamente e me curam por elas estarem finalmente ao mundo e eu ter compartilho isso em voz alta

O que você espera que as pessoas sintam ou levem com elas ao ouvir o EP completo?

Eu espero que em cada um desperte algo diferente, seja um alívio por compartilhar do mesmo sentimento, raiva por discordar completamente ou uma tristeza por estar sentindo aquilo também, não importa o que desperte mas que desperte algo.

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